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ROE x ROI: ENTENDA ESSAS DUAS RENTABILIDADES DA FAZENDA
A rentabilidade é, para mim, o indicador mais importante que você deve analisar na gestão de qualquer negócio.
Costumo brincar dizendo que se a gestão de uma fazenda fosse uma prova, a rentabilidade seria a nota do gestor.
Beleza... até aí tudo bem.
Mas é preciso compreender que existem diferentes tipos de rentabilidades.
E também é importante compreender que rentabilidade é diferente de margem de lucro.
A margem de lucro é o lucro com relação ao faturamento. Já a rentabilidade é o lucro com relação à algum patrimônio.
Neste texto iremos focar na rentabilidade. E existem diferentes tipos de retorno. Destaco os 4 principais:
- ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido)
- ROI (Retorno sobre o Investimento)
- ROIC (Retorno sobre o Capital Investido)
- ROA (Retorno sobre o Ativo Total)
Hoje, iremos nos concentrar nos dois primeiros.
O ROE é, para mim, a "real rentabilidade". Ou a rentabilidade mais importante do negócio.
Ela vai te mostrar o quanto o seu patrimônio relacionado à fazenda rendeu no período (geralmente, no ano).
De todas as métricas que podemos calcular e analisar para o negócio, a Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido (ROE) é aquela que melhor ilustra o desempenho econômico da fazenda.
Entenda uma coisa: tudo que existe na fazenda vale dinheiro. As terras valem dinheiro, as máquinas valem dinheiro, os animais valem dinheiro, as construções, as cercas, os estoques... tudo!
Todas essas coisas compõem o que nós chamamos de ativos da fazenda. Mas também é possível que se tenha alguns passivos, ou seja, algumas dívidas. Seja com fornecedores ou com bancos, por exemplo.
Portanto, se nós pegarmos tudo que a fazenda tem (ativos) e subtrairmos tudo que a fazenda deve (passivos), nós vamos encontrar o real patrimônio que está investido lá. Esse é o que nós chamamos e patrimônio líquido.
Sendo assim, o ROE vai te mostrar o quanto este patrimônio líquido rendeu (gerou de lucro).
Mas, infelizmente, este indicador é muito pouco calculado pelos gestores rurais. Muitos não sabem o lucro líquido da fazenda e muitos não sabem o patrimônio líquido. Se você estiver nesse grupo, agora é a hora de mudar e começar a acompanhar essa métrica, ok? Como disse antes, para mim, é a mais importante de todas.
Só que nós também temos o ROI (Retorno sobre o Investimento). Essa já é uma métrica mais "comum" e podemos encontrar mais pessoas que "calculam" esse indicador.
Coloquei o termo calculam entre aspas porque vejo muitos erros no cálculo desse indicador.
Vamos lá... como o próprio nome já diz, esta é a rentabilidade sobre o INVESTIMENTO. Portanto, deve ser calculada dividindo o lucro líquido pelo total de investimento em um determinado período.
A maioria dos erros acontecem quando se considera outros tipos de gastos como investimentos, sendo que não o são!
Por exemplo, é muito comum vermos este indicador ser falado em operações de pecuária de corte de ciclo curto. Considere uma fazenda que trabalhe apenas com terminação. Ela compra animais, coloca em um confinamento apenas para dar acabamento e depois vende para o frigorífico.
Muitos calculam o ROI dessa operação pegando o lucro e dividindo pelo total que foi "investido" em animais no início. Supondo que lucrei 25 e gastei 100 com animais no início, o meu ROI seria de 25%.
O problema é que esse gasto inicial com animais não é investimento, e sim despesa.
É um pouco complexo de se entender, pois no fundo tudo pode ser enxergado e entendido como um investimento. Desde a compra de um simples parafuso até uma automotriz.
Mas, lembre-se sempre que aqui nós tratamos fazendas do ponto de vista empresarial.
E na visão das finanças corporativas, temos que diferir as despesas dos investimentos e os investimentos são aqueles gastos em que a empresa irá extrair benefícios por mais de um processo produtivo. Portanto, se você compra animais para iniciar um ciclo produtivo, mas no próximo ciclo você terá que comprar de novo, isso é uma despesa e não um investimento.
Ou seja, para calcular o ROI da fazenda, é preciso que se tenha realizado uma classificação correta dos gastos. Se a fazenda não fez nenhum investimento, por exemplo, não há ROI. Simples assim.
Portanto, tanto o ROE quanto o ROI são informações importantes para a fazenda. Mas o ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) é mais relevante e sempre vai existir e ser possível calcular. Já o ROI é interessante de se calcular e analisar quando se realizou algum investimento, mas quando não houver investimentos, não haverá ROI.
Não é nada difícil fazer uma gestão financeira bem feita na fazenda. Basta apenas ter clareza sobre as informações.
O nosso Workshop de Gestão Financeira de Fazendas vai começar já na segunda-feira que vem (22/02) e nele você irá poder aprender um pouco mais sobre esse tema. Iniciaremos com uma aula mais básica e iremos progredindo até pontos mais avançados nas outras aulas. Espero que aproveite!
Costumo brincar dizendo que se a gestão de uma fazenda fosse uma prova, a rentabilidade seria a nota do gestor.
Beleza... até aí tudo bem.
Mas é preciso compreender que existem diferentes tipos de rentabilidades.
E também é importante compreender que rentabilidade é diferente de margem de lucro.
A margem de lucro é o lucro com relação ao faturamento. Já a rentabilidade é o lucro com relação à algum patrimônio.
Neste texto iremos focar na rentabilidade. E existem diferentes tipos de retorno. Destaco os 4 principais:
- ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido)
- ROI (Retorno sobre o Investimento)
- ROIC (Retorno sobre o Capital Investido)
- ROA (Retorno sobre o Ativo Total)
Hoje, iremos nos concentrar nos dois primeiros.
O ROE é, para mim, a "real rentabilidade". Ou a rentabilidade mais importante do negócio.
Ela vai te mostrar o quanto o seu patrimônio relacionado à fazenda rendeu no período (geralmente, no ano).
De todas as métricas que podemos calcular e analisar para o negócio, a Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido (ROE) é aquela que melhor ilustra o desempenho econômico da fazenda.
Entenda uma coisa: tudo que existe na fazenda vale dinheiro. As terras valem dinheiro, as máquinas valem dinheiro, os animais valem dinheiro, as construções, as cercas, os estoques... tudo!
Todas essas coisas compõem o que nós chamamos de ativos da fazenda. Mas também é possível que se tenha alguns passivos, ou seja, algumas dívidas. Seja com fornecedores ou com bancos, por exemplo.
Portanto, se nós pegarmos tudo que a fazenda tem (ativos) e subtrairmos tudo que a fazenda deve (passivos), nós vamos encontrar o real patrimônio que está investido lá. Esse é o que nós chamamos e patrimônio líquido.
Sendo assim, o ROE vai te mostrar o quanto este patrimônio líquido rendeu (gerou de lucro).
Mas, infelizmente, este indicador é muito pouco calculado pelos gestores rurais. Muitos não sabem o lucro líquido da fazenda e muitos não sabem o patrimônio líquido. Se você estiver nesse grupo, agora é a hora de mudar e começar a acompanhar essa métrica, ok? Como disse antes, para mim, é a mais importante de todas.
Só que nós também temos o ROI (Retorno sobre o Investimento). Essa já é uma métrica mais "comum" e podemos encontrar mais pessoas que "calculam" esse indicador.
Coloquei o termo calculam entre aspas porque vejo muitos erros no cálculo desse indicador.
Vamos lá... como o próprio nome já diz, esta é a rentabilidade sobre o INVESTIMENTO. Portanto, deve ser calculada dividindo o lucro líquido pelo total de investimento em um determinado período.
A maioria dos erros acontecem quando se considera outros tipos de gastos como investimentos, sendo que não o são!
Por exemplo, é muito comum vermos este indicador ser falado em operações de pecuária de corte de ciclo curto. Considere uma fazenda que trabalhe apenas com terminação. Ela compra animais, coloca em um confinamento apenas para dar acabamento e depois vende para o frigorífico.
Muitos calculam o ROI dessa operação pegando o lucro e dividindo pelo total que foi "investido" em animais no início. Supondo que lucrei 25 e gastei 100 com animais no início, o meu ROI seria de 25%.
O problema é que esse gasto inicial com animais não é investimento, e sim despesa.
É um pouco complexo de se entender, pois no fundo tudo pode ser enxergado e entendido como um investimento. Desde a compra de um simples parafuso até uma automotriz.
Mas, lembre-se sempre que aqui nós tratamos fazendas do ponto de vista empresarial.
E na visão das finanças corporativas, temos que diferir as despesas dos investimentos e os investimentos são aqueles gastos em que a empresa irá extrair benefícios por mais de um processo produtivo. Portanto, se você compra animais para iniciar um ciclo produtivo, mas no próximo ciclo você terá que comprar de novo, isso é uma despesa e não um investimento.
Ou seja, para calcular o ROI da fazenda, é preciso que se tenha realizado uma classificação correta dos gastos. Se a fazenda não fez nenhum investimento, por exemplo, não há ROI. Simples assim.
Portanto, tanto o ROE quanto o ROI são informações importantes para a fazenda. Mas o ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) é mais relevante e sempre vai existir e ser possível calcular. Já o ROI é interessante de se calcular e analisar quando se realizou algum investimento, mas quando não houver investimentos, não haverá ROI.
Não é nada difícil fazer uma gestão financeira bem feita na fazenda. Basta apenas ter clareza sobre as informações.
O nosso Workshop de Gestão Financeira de Fazendas vai começar já na segunda-feira que vem (22/02) e nele você irá poder aprender um pouco mais sobre esse tema. Iniciaremos com uma aula mais básica e iremos progredindo até pontos mais avançados nas outras aulas. Espero que aproveite!
Um grande abraço,