Se você já me acompanha a algum tempo é possível que saiba da importância que eu dou para um bom planejamento.
Mas qual seria a definição de um bom planejamento?
Isso me lembra muito os vendedores com produtos de maior qualidade. Defina o que é maior qualidade. Aliás, defina o que é qualidade.
Se a pessoa se enrolar demais para definir, as chances são altas de que o produto não tenha uma qualidade superior ao restante dos outros produtos no mercado e ele só esteja usando a palavra qualidade de forma vazia.
Mas, enfim... voltando. O que seria um bom planejamento?
Simples e direto: um bom planejamento é aquele que você consegue alcançar seu objetivo.
E a dificuldade começa em se definir qual é o objetivo inicial.
Quando paramos para pensar em algum objetivo inicial e, consequentemente, pensar em algum planejamento para alcançar este objetivo temos que ter clareza de qual a nossa posição hoje.
Primeiro precisamos saber onde estamos hoje para depois pensar onde queremos chegar amanhã.
Esclarecendo isso, aí sim, podemos tentar definir qual o nosso objetivo.
Pois então, onde ou como a sua fazenda está hoje e onde ou como você a quer amanhã?
Com a resposta desta pergunta em mente, nós poderemos passar para algo importante em um planejamento: o plano para irmos de onde estamos hoje até onde queremos chegar amanhã.
E veja, fazer planos não é nada complicado. Tenho certeza que todo mundo tem algum tipo de plano em mente.
Mas acontece que os planos estão sempre relacionados ao futuro. Ninguém planeja o passado.
E o futuro é algo completamente desconhecido e que nós podemos nos deparar com situações totalmente diferentes daquelas que imaginávamos antes.
Como já bem diz o ex-boxeador Myke Tyson: "todo mundo tem um plano até tomar o primeiro soco na cara".
E quando este primeiro soco chega, na maioria dos casos, o plano e todo o restante do planejamento vão para o espaço em questão de segundos.
Mas por que isso acontece?
Um bom plano não deveria abordar situações de problemas?
Ou, ao menos, não deveria haver um Plano B se caso o Plano A não desse certo?
Não sei. Mas suspeito que a questão esteja num direcionamento errado das atenções.
Já falamos disso em outro texto, mas a função do gestor é dirigir. E em última instância, isso significa um trabalho dedicado a pensar, dedicado a raciocinar sobre as questões da fazenda.
E será que nós como gestores estamos nos dedicando a este trabalho?
Fiz uma rápida busca e encontrei uns materiais sobre o livro Competing for the future, dos autores Hamel e Prahalad. Inclusive fica uma sugestão de leitura de um livro do Prahalad: A Riqueza na Base da Pirâmide. Sensacional.
Mas, voltando. Em determinado momento do trabalho, os autores procuram responder à seguinte pergunta: os executivos estão preocupados com o futuro?
Os gestores (nós) estão (estamos) preocupados com o futuro?
Para tentar responder a esta questão foram feitas três perguntas:
1 - Quanto tempo você gasta com problemas externos ao invés de problemas internos?
2 - Do tempo gasto com problemas externos, quanto tempo você gasta com as mudanças dos próximos 3, 5 ou 10 anos?
3 - Do tempo que você gasta pensando em problemas externos e futuros, quanto deste tempo você gasta compartilhando essas ideias com seus colegas visando a criação de uma visão compartilhada e testada ao invés de uma visão pessoal?
Bem, talvez a razão pela qual o primeiro soco na cara acabe com todo o planejamento esteja nas respostas a estas perguntas: