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Fazendas de Valor #04
Hilux blindada
19 de setembro de 2021
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Márcio é um produtor rural e acabou de comprar uma camionete nova. Hilux zera.
Apesar do último ano ter sido de resultados positivos para a fazenda, Márcio sabe que com dinheiro não se brinca.
É uma questão de recursos finitos. Você sabe como é, né? Uma hora pode acabar...
Além disso, saber o que fazer com o dinheiro é importante. Pode te levar para caminhos totalmente diferentes.
E é justamente com esse pensamento que Márcio está quebrando a cabeça. Será que ele deve mandar blindar a Hilux nova?
Ele andou recebendo muitas mensagens no WhatsApp sobre emboscadas em zonas rurais. E ele pensou que se tiver blindado dá pra acelerar e tentar escapar.
Mas o problema é que custa uma nota pra mandar blindar.
Segundo as contas dele, só daria pra mandar blindar se ele abrisse mão de outras coisas.
Ou seja, temos uma clássica situação de gestão de riscos aqui.
Existe o risco da emboscada e temos alternativas para tentar reduzir esse risco. O que devemos fazer?
Márcio decidiu mandar blindar. Preferiu investir na blindagem e ter a chance de sair fora da emboscada do que "entregar de graça pros vagabundos".
Decisão tomada.
Dois anos se passaram e até o momento nada de emboscada.
Mas Márcio vai precisar viajar até a capital para o aniversário da irmã, que ele acabou se esquecendo e agora está completamente atrasado.
Ele, então, afunda o pé no acelerador da Hilux para tentar tirar o atraso. Estrada boa, sem muitos riscos.
Ele conseguiu chegar bem, um pouco atrasado, mas deu pra celebrar o aniversário da irmã.
Na hora de ir embora, cadê?
Hilux: roubada!
Márcio fica P da vida, mas já toma todas as providências necessárias: chamar a polícia.
E o seguro?
Bom, o seguro ele deixou de lado, porque depois da blindagem não sobrou dinheiro pra mais nada...
A história contada acima é totalmente inventada, mas a lição principal é: gestão de riscos não se faz sem abrir mão de algo.
Vivemos numa eterno duelo entre quais riscos controlar, já que é praticamente impossível controlar todos os riscos.
E além disso temos um outro duelo muito importante: Controlar Riscos X Aumentar Lucratividade.
Toda decisão que você toma na fazenda, visando a redução de riscos, é uma decisão que você estará abrindo mão de lucros.
Isso não necessariamente é algo ruim, ok? Vão existir momentos em que realmente será necessário.
Mas o que é ruim mesmo, é quando você toma decisões sem saber os números da fazenda.
Qual o prêmio de risco histórico da fazenda? Se você não sabe responder essa pergunta, o primeiro passo é começar a calcular esse indicador.
As vezes você pode ACHAR que está correndo riscos (de clima, de preços, de mercado, produtivos, etc.) e no fundo não está. Aí você toma uma decisão de controlar riscos e abre mão de lucros sem a menor necessidade.
Um exemplo prático: você acredita que o clima está mudando muito e que está cada vez mais incerto sobre as chuvas. Daí decide investir em um sistema de irrigação, seja um pivô para a lavoura ou mesmo irrigação de pastagens para o gado. Investe uma grana no sistema e tudo vai bem. Mas o prêmio de risco da fazenda já estava baixo, ou seja, indicava que o nível de risco do negócio não estava elevado. Isso significa que poderia ter sido melhor investir o dinheiro em mais terras ou mais gado por exemplo.
Em uma decisão você está controlando riscos, na outra você estaria tomando riscos (e visando mais lucros).
É sempre um jogo de escolhas. E a gestão pautada em números, nos permite fazer escolhas melhores.
Um abraço,
Gabriel
Apesar do último ano ter sido de resultados positivos para a fazenda, Márcio sabe que com dinheiro não se brinca.
É uma questão de recursos finitos. Você sabe como é, né? Uma hora pode acabar...
Além disso, saber o que fazer com o dinheiro é importante. Pode te levar para caminhos totalmente diferentes.
E é justamente com esse pensamento que Márcio está quebrando a cabeça. Será que ele deve mandar blindar a Hilux nova?
Ele andou recebendo muitas mensagens no WhatsApp sobre emboscadas em zonas rurais. E ele pensou que se tiver blindado dá pra acelerar e tentar escapar.
Mas o problema é que custa uma nota pra mandar blindar.
Segundo as contas dele, só daria pra mandar blindar se ele abrisse mão de outras coisas.
Ou seja, temos uma clássica situação de gestão de riscos aqui.
Existe o risco da emboscada e temos alternativas para tentar reduzir esse risco. O que devemos fazer?
Márcio decidiu mandar blindar. Preferiu investir na blindagem e ter a chance de sair fora da emboscada do que "entregar de graça pros vagabundos".
Decisão tomada.
Dois anos se passaram e até o momento nada de emboscada.
Mas Márcio vai precisar viajar até a capital para o aniversário da irmã, que ele acabou se esquecendo e agora está completamente atrasado.
Ele, então, afunda o pé no acelerador da Hilux para tentar tirar o atraso. Estrada boa, sem muitos riscos.
Ele conseguiu chegar bem, um pouco atrasado, mas deu pra celebrar o aniversário da irmã.
Na hora de ir embora, cadê?
Hilux: roubada!
Márcio fica P da vida, mas já toma todas as providências necessárias: chamar a polícia.
E o seguro?
Bom, o seguro ele deixou de lado, porque depois da blindagem não sobrou dinheiro pra mais nada...
A história contada acima é totalmente inventada, mas a lição principal é: gestão de riscos não se faz sem abrir mão de algo.
Vivemos numa eterno duelo entre quais riscos controlar, já que é praticamente impossível controlar todos os riscos.
E além disso temos um outro duelo muito importante: Controlar Riscos X Aumentar Lucratividade.
Toda decisão que você toma na fazenda, visando a redução de riscos, é uma decisão que você estará abrindo mão de lucros.
Isso não necessariamente é algo ruim, ok? Vão existir momentos em que realmente será necessário.
Mas o que é ruim mesmo, é quando você toma decisões sem saber os números da fazenda.
Qual o prêmio de risco histórico da fazenda? Se você não sabe responder essa pergunta, o primeiro passo é começar a calcular esse indicador.
As vezes você pode ACHAR que está correndo riscos (de clima, de preços, de mercado, produtivos, etc.) e no fundo não está. Aí você toma uma decisão de controlar riscos e abre mão de lucros sem a menor necessidade.
Um exemplo prático: você acredita que o clima está mudando muito e que está cada vez mais incerto sobre as chuvas. Daí decide investir em um sistema de irrigação, seja um pivô para a lavoura ou mesmo irrigação de pastagens para o gado. Investe uma grana no sistema e tudo vai bem. Mas o prêmio de risco da fazenda já estava baixo, ou seja, indicava que o nível de risco do negócio não estava elevado. Isso significa que poderia ter sido melhor investir o dinheiro em mais terras ou mais gado por exemplo.
Em uma decisão você está controlando riscos, na outra você estaria tomando riscos (e visando mais lucros).
É sempre um jogo de escolhas. E a gestão pautada em números, nos permite fazer escolhas melhores.
Um abraço,
Gabriel
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