Fazendas de Valor #05

Bons atalhos

26 de setembro de 2021
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MAtualmente a população mundial já passa dos 7,8 bilhões de pessoas, segundo as informações do Worldometer que faz a contagem em tempo real. Você pode conferir essa e outras informações mundiais aqui neste site. É bem legal.

São 7,8 bilhões de pessoas que precisam comer todos os dias. Infelizmente, temos uma parcela que não tem essa oportunidade. Esse ainda é um problema sério.

Mas o fato é que todos nós precisamos nos alimentar.

E o agronegócio é o grande provedor de alimentos. Isso todos nós já sabemos.

Como podemos, então, ajudar ainda mais nesse fornecimento de alimentos para o mundo?

Para isso, eu acredito que a melhor ferramenta seja utilizar algo que todos nós também queremos: tranquilidade financeira.

Todos nós também buscamos algum certo tipo de conforto financeiro. E realmente existem diversos caminhos para se chegar a isso. E também existem diversos "níveis" de conforto.

Mas enfim, isso não vem muito ao caso agora.

O que quero apresentar é a ideia de que ter uma fazenda lucrativa e rentável é uma das melhores ferramentas para conseguirmos produzir mais alimentos, alimentos com mais qualidade e, quem sabe um dia, reduzir ao menor nível possível a fome no mundo.

No fundo, no fundo, a maior fonte de geração de valor em uma fazenda está, justamente, em produzir alimentos.

Isso tudo pode parecer muito óbvio, né?

Em teoria, todos nós deveríamos saber dessa importante função das fazendas para o mundo e que assim como qualquer outro negócio, ela só fica de pé se tiver gerando lucros.

Aliás, você está conseguindo calcular o lucro e os demais indicadores financeiros na sua fazenda?

Apesar de isso ser "óbvio", na prática, muitas vezes trocamos os pés pelas mãos.

Gostaria que você imaginasse a sua situação atual. Seja ela qual for. Seja você produtor rural ou profissional atuando na área. Ou até mesmo ainda estudante e já se capacitando para entrar bem no mercado.

E vamos chamar essa sua situação atual de Ponto A.

E agora eu gostaria que você imaginasse um Ponto B, no futuro. E essa seria a sua situação futura, digamos daqui a 5 anos.

Pode ser com uma fazenda mais bem estruturada e organizada ou atendendo mais produtores rurais ou mesmo tendo os seus primeiros clientes com foco em gestão das fazendas.


Agora quero que você pense em como vai conseguir ir do Ponto A até o Ponto B? Qual caminho vai percorrer?

A realidade é que existem infinitas possibilidades de caminho. E o problema é que muitas vezes nós procuramos pelos atalhos.

Ou seja, como eu chego mais rápido no Ponto B?

O atalho sempre parece ser uma ótima ideia! Sempre parece ser algo que vai te fazer economizar tempo ou economizar algum outro recurso.

Quero ter mais lucros e ganhar mais dinheiro na fazenda. Qual o jeito mais rápido pra fazer isso acontecer?

Eu acredito que esse tipo de pensamento é muito perigoso. Para ser mais honesto ainda, eu acredito que seja o pensamento errado. Acredito ser algo destruidor de valor, sobretudo em fazendas que são negócios estruturalmente de longo prazo.

Não estamos em uma corrida, portanto não precisamos ir rápido. Precisamos chegar. É diferente.

Em pontilhado nós temos o atalho. Em linha contínua nós temos o caminho. O caminho é mais tortuoso, mais longo, mais difícil. O atalho parece ser muito mais simples e melhor.

Mas se o atalho fosse realmente bom, o caminho não existiria.

Não faria sentido.

Os atalhos trazem mais riscos. E na maioria das vezes, riscos que não compensam pelo retorno potencial.

A geração de valor de uma fazenda só é visualizada após alguns bons anos. É um caminho longo mesmo.

E toda vez que tentamos encurtar esse caminho, para chegar mais rápido em lucros maiores, em mais retorno financeiro ou algum outro destino que você imagina para a sua fazenda, você acaba adicionando mais riscos ainda para o negócio.

Bons atalhos não são aqueles que encurtam o caminho, mas sim aqueles que te ajudam a chegar no seu destino de maneira mais sólida, mais segura e mais lucrativa.

Sempre antes de tomar alguma decisão, algo que gosto de fazer e recomendar é tentar enxergar o negócio daqui a 10 anos e analisar as possíveis consequências dessa decisão ao longo do tempo. Os prós e os contras, o que eu ganho e o que eu perco. O que eu posso ganhar e o que eu posso perder.

Uma dica: procure por decisões em que você ou sua fazenda tenham mais a ganhar do que a perder. E elimine qualquer decisão que represente um risco considerável de ruína ou grandes perdas financeiras.

No mais, basta seguir sua trajetória sem querer pular etapas. Um lucro maior de cada vez, 1% a mais de retorno de cada vez, um risco a menos de cada vez e assim por diante.


Um abraço e um ótimo final de domingo,
Gabriel

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